Hamilton <--
"Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti." - Isaías 49:15
Com passos arrastados, ela carregava as roupas para o quartinho de passar, mais pesado porém que a cesta, era amargura que lhe oprimia a alma. Fosse aquele apenas mais dia comum, talvez não reparasse em tantos detalhes a sua volta. O céu cinza e nublado dava a aparência de refletir a tristeza do seu coração. Todas as coisas pareciam contribuir com o seu pesar, até mesmo o ferro lhe dificultava a tarefa.
Enquanto passava as roupas, com lagrimas no olhos refletia sobre os últimos anos da sua vida. A tristeza que tomava conta do seu coração a cada tarde quando esposo retornava, os maus tratos e a estupidez. Se as grocerias alvejassem-na apenas, talvez pudesse aguentar mais, porém o casalzinho de filhos era vítima indefesa, ver o pai levantá-las pelo colarinho e precioná-las contra a parede era muita crueldade.
O disgosto era aumentado a cada dia, entretando, a 'gota d'agua' foi o eposódio recente, aonde no meio da noite lhe fez tanta groceria que ela desmaiou de pavor, e ao recobrar os sentidos ouviu a terrível frase: "Não morreu ainda essa praga!"
Ela resolveu então acabar com o seu sofrimento, comprou rémedios que em dose excessiva seria fatal, daria aos seus dois filhos e logo ela mesma tomaria, assim poderia finalmente descansar em paz e terminaria com o sofrimento daquele lar infernal.
Estava decidida. Antes porém de executar o plano, resolveu passar as roupas do esposo para que ele não dissesse: "Se matou e nem teve coragem de passar as minhas roupas pro funeral".
Como as coisas estavam muito difíceis ali naquele quartinho, o tempo lúgubre, e a amargura tornava ainda mais ardua a simples tarefa, então ela resolveu ligar o rádio pra ver se pelo menos pudesse encontrar alguma música que lhe trouxesse um pouquinho de alegria.
Ao ir trocando de estações ouviu uma melodia na qual pensou ser uma música da sua infância, parou por alí. Notou porém que estava enganada, mas permaneceu escutando pra tentar descobrir que música era aquela, no término, ao invés do locutor revelar o nome da canção disse algo mais ou menos assim:
"Se você está aflita com problemas que não consegue mais suportar, se pensas em tirar a vida, eu tenho uma palavra pra você, 'Porque eu, o SENHOR teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: Não temas, eu te ajudo.'Isaías 41:13."
Essas palavras gritaram ao coração daquela angustiada jovem mãe, que desperadamente saiu dalí e foi lá no fundo do seu guarda roupa procurar a bíblia que nunca gastára tempo antes, e depois de uma longa busca encontrou o tal verso, leu uma vez, leu duas, três... leu tantas vezes necessária para ter a alma refrigerada, entregou a sua vida a Deus alí mesmo, depois voltou ao tal quartinho, mas agora não se arrastava e sim 'flutuava', o céu se abriu e até mesmo o sol veio lhe aquecer.
A sua vida foi transformada naquele dia, e ela encontrou uma razão para viver e acreditar que Deus está no controle de tudo. E que nunca, jamais se esquece e nem abandona os seus filhos.
Eu gosto muito dessa história e agradeço muito a Deus por não ter permitido minha mãe dar os remédios aos meus irmãos e ter tirado a sua própria vida. Na época eu ainda nem existia.
O Papai se converteu depois de muito custo, e quando nasci, conheci um pai bem diferente desse que foi relatado, antes de "dormir no Senhor" era ancião e diretor do departamento de lar e família, amava ajudar lares com problemas e trouxe muitas almas aos pés de Jesus.
Ah, a música que ela escutou na rádio naquele dia em que estava triste se chama "Jesus, alegria dos homens".
Deus tem sempre uma solução para os nossos problemas.
Tenha um bom dia.
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Um comentário:
Linda e comovente história Hamilton. Nosso Deus é maravilhoso, não há quem possa contrariar Sua vontade. Salvou não apenas sua mãe e seus irmãos, mas transformou o coração do seu pai. Que Deus abençoe seu lar.
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