No ano passado eu comprei um X-Box. Não o atual, febre da garotada. Era o velhinho, preto, grande e versátil.
Essa aquisição se deu porque eu desejava assistir na TV da sala os seriados que pegava na Internet, então o fato de ser um videogame era o de menos. Foi quando comecei a experimentar alguns jogos por indicaçao de amigos. Conheci o KOTOR, um jogo que se passa no universo de "Star Wars".
Nele eu era um aprendiz de Jedi, e as minhas atitudes no jogo infuenciavam o modo como os outros viam meu personagem, e o modo como ele via o seu mundo. Em determinado momento do game eu, que estava convicto em criar um personagem 'bom', fui confrontado por pedintes que barravam minha passagem em busca de esmolas.
O jogo me ofereceu três opções: atacar os mendigos (opção evidentemente má), dar o que eles pediam (opção indiferente) e oferecer não apenas o dinheiro que pediam, como um pouco a mais e me oferecer para ajudá-los (opção boa, à Pollyanna).
Eu fiquei irritado. Para satisfazer meu desejo de ser bom, eu teria que fazer uma escolha ridícula de tão contrária à natureza humana. Bem, escolhi a melhor opção, salvei o jogo e me esqueci daquilo ao longo do dia.
À noite, eu resolvi comentar com uns amigos sobre esse fato, e a aparente hipocrisia dos programadores. Um deles perguntou sobre o que faria Jesus naquela situação.
Bum.
Foi com um peso no estômago que eu percebi que num simples jogo de computador um dos milhares de dilemas éticos com que se depara um cristão no dia-a-dia me foi apresentado, e que eu me senti irritado por escolher o certo.
Aquilo foi uma lição para mim, e tema de minhas conversas com o Pai durante um tempo.
Mas a verdadeira lição, a mais duradoura, foi a de que a vida nos oferece oportunidades para reflexão e aprimoramento todos os dias e das maneira menos esperadas. Naquele dia foi um jogo de videogame. Em outras oportunidades foi alguém no Orkut, um personagem de um livro, uma situação no trabalho.
Em todos momentos de nossa vida, podemos servir de testemunho pra alguém, mesmo que esse 'alguém' sejamos nós mesmos.
Se somos 'sal da terra' e 'luz do mundo', nós sempre nos depararemos com a oportunidade de fazermos a diferença, seja numa atividade religiosa ou numa totalmente secular, seja num culto ou numa aula.
Deixo, para reflexão, as palavras de 1 Coríntios 10:31
Portanto, quer comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus.
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