Era noite de 08 de março de 2003, o telefone toca, todos os corações na casa começam a bater mais acelerado.
Há certo receio em atender a ligação, até que a matriarca da família atende, e ouve a pessoa do outro lado da linha trazer uma notícia arrasadora, destruidora, quase insuportável de aquela pobre mulher ouvir. Seu esposo estava desenganado pelos médicos, e durante a madrugada de 09 de março, viria inevitavelmente a falecer, segundo boletim e chamado do hospital.
É como se o mundo houvesse parado para aquela família, é como se a noite já tão escura houvesse se tornado em trevas tão densas que já não se podia enxergar nada.
Diante do choro inconsolável, do desespero das filhas e dos filhos, em meio à tristeza absoluta, todos acabam tentando cochilar no sofá, juntos,unidos para o "grande temporal" que se aproxima. Então chega a madrugada, por volta de 04 horas, mais um chamado do hospital, e mais uma vez a matriarca da família se apronta para atender tal ligação. É o médico, chamando os representantes da família para conversa especial. O filho mais novo entre os homens resolve ir junto, conversar enfim com os profissionais que tanto cuidaram de seu pai no leito de morte.
Foi então, que aquela verdadeira bomba é desferida pelo médico.
- Meus queridos, fizemos de tudo, mas ele não resistiu, e faleceu.
Foi um choque. O jovem que ouviu isto era eu, e confesso que nunca chorei tanto em toda minha vida. Foi uma dor quase insuportável. É como se um pedaço de mim fosse tirado. Um aperto tão forte no coração que palavras não podem descrever. Fui o primeiro a olhar meu pai morto, enrolado em panos brancos, em estado deplorável, vencido momentaneamente pela morte, e por uma doença chamada psoríase severa. Minha mãe chorava tão instensamente, e percebia-se que o choro era acompanhado de uma saudade arrasadora, por parte da família desfeita.Tive que fazer todos os tramites legais, contratar a funerária, fazer os convites e escolher o pastor
a realizar a cerimônia fúnebre. E eu tinha apenas 16 anos na época.
Por incrível que pareça, diante de toda essa dor, só me vinha à mente a poderosa promessa de Jesus:
"E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir." (Atos 1. 10-11)
Essas palavras traziam conforto ímpar, paz indescritível, e uma certeza de que a morte não é nada, mas apenas um sono, breve, até o grandioso dia de encontro com o salvador
Jesus, que por nós, foi capaz de deixar o céu, abandonar a glória, e vir aqui, dar sua vida, gerar dor ao coração do Pai ao ver seu sacríficio, e prover desta forma a oportunidade para que minha família e eu encontremos novamente meu amado pai, que deixou um grande vazio nesta casa. Jamais esquecerei nossa torcida pelo Grêmio no futebol nas tarde de domingo inesquecíveis. A sua lição de que honestidade é a maior virtude de um homem. Tão pouco era tudo. E eu não sabia.
A morte traz muita dor. Vazio e para algumas pessoas o dano pode ser irreparável. Mas para essas, há o coração de Deus cheio de amor.
Querido amigo, por mais difícil que esteja sua vida, e a minha, lembre-se, Jesus voltará, e vale, vale muito a pena esperar.
Medite nesta canção e permita que o Senhor te abençoe poderosamente. A morte, é apenas um sono, e Cristo saiu vitorioso sobre ela.
Um grande abraço,
Lucas Cambraia.
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